A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 6,2% em março ante 5,7% em fevereiro, segundo divulgou há pouco o instituto. O resultado ficou no teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 5,80% a 6,20%, com mediana de 6,00%. Apesar da alta, a taxa de desemprego atingiu o menor patamar para o mês de março.

Já o aumento do salário mínimo e a dispensa de trabalhadores temporários impulsionaram a renda do trabalhador para um nível recorde em março, segundo Cimar Azeredo, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE.

O rendimento médio do trabalhador ocupado foi de R$ 1.728,40, após ter alcançado R$ 1.701,13 em fevereiro. O aumento foi de 1,6%, já descontando as pressões inflacionárias. Em março do ano passado, a renda média tinha sido de R$ 1.637,38.

O aumento na renda foi especialmente maior em março ante fevereiro para os ocupados sem carteira assinada e para aqueles que trabalham por conta própria, para quem o reajuste do salário mínimo tem um efeito defasado.

Como resultado do aumento do número de ocupados e do rendimento, a massa de salários paga aos trabalhadores também foi recorde: R$ 39,4 bilhões em março.

'Embora tenha tido uma redução do mercado de trabalho com a dispensa dos temporários, você tem ainda a resposta dos trabalhadores formais.

As vagas formais permanecem. E o aumento do rendimento mostra os trabalhadores com um poder de compra maior', afirmou o gerente do IBGE.

A PME é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Efeito sazonal

O aumento da taxa de desemprego em março indica uma continuidade na dispensa de trabalhadores temporários, iniciada em janeiro, segundo o IBGE. Segundo o gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, a série histórica mostra que há um efeito sazonal no mercado de trabalho que pode se prolongar até março.

'Em janeiro, fevereiro e março é comum a taxa (de desemprego) subir, porque não costuma ter contratação de trabalhadores. Pelo contrário, costuma haver dispensa de temporários', afirmou Azeredo.

O pesquisador alerta que só é possível verificar a tendência do mercado de trabalho a partir de abril, quando há aumento no ritmo de contratações de trabalhadores diante de um cenário econômico favorável.
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Nos anos em que a economia não estava favorável, aumentou a desocupação no segundo trimestre. Mas, na maioria das vezes em que a economia estava favorável, já em abril a gente tem uma recuperação, uma resposta do mercado de trabalho', lembrou Azeredo.

'Se subir a taxa em abril, você pode dizer que houve uma demora na resposta do mercado de trabalho em relação ao cenário econômico. Não é mais dispensa de temporários, aí já é uma demora do mercado de voltar a contratar'.

População desocupada

A população desocupada cresceu 8,8% no confronto com fevereiro, totalizando 1,5 milhão de pessoas, o equivalente a 122 mil pessoas a mais procurando trabalho, informou o IBGE. Na comparação com março do ano passado, no entanto, a estimativa permaneceu estável.

Já a população ocupada totalizou 22,6 milhões, montante estável na comparação com fevereiro. Porém, na comparação com março de 2011, houve aumento de 1,6%, o equivalente a 367 mil ocupados a mais.

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou em 11,1 milhões em março, estável ante fevereiro. Na comparação com março do ano passado, houve alta de 3,7% no número de trabalhadores com carteira, o mesmo que 394 mil postos a mais.